Há 70 anos… dia 1º de agosto de 1943.
Em 1º de agosto de 1943, um policial de Nova York prendia uma mulher negra por causar distúrbios no Hotel Braddock, no Harlem. Robert Brady, soldado do exército americano, negro, observava o tumulto e resolveu intervir a favor da mulher. Em retaliação a uma suposta agressão de Brady, o policial sacou a arma e atirou, atingindo o soldado no ombro. Estava armada a confusão.
Multidões próximas ao hotel, a quartéis da polícia e ao hospital para onde foi levado Brady se formaram. Lojas e outras propriedades foram atacadas, saqueadas e destruídas. O prefeito de Nova York, Fiorello La Guardia, ordenou mais de 6 mil homens da polícia para reprimir os tumultos. Outros 8 mil homens da força do Estado e 1,5 mil civis voluntários ajudaram a conter a confusão.
Em 3 de agosto, tudo se tranquilizou. La Guardia até ofereceu comida aos moradores do Harlem para apaziguar os ânimos. O saldo final: seis mortos, todos negros, mais de 500 feridos e outros 500 presos. Centenas de lojas e estabelecimentos foram destruídos, em grande prejuízo para a cidade.
Depois de 1935, data dos primeiros conflitos raciais, e, principalmente, de 1943, o Harlem passou a ser visto como um bairro perigoso pelos brancos de Nova York. O que antes era local de música (jazz) e congregação virou palco para acirramento de conflitos sociai e raciais.
Em 1964, o Harlem seria palco de outros conflitos, com a questão racial no centro do furacão. Ao mesmo tempo, os acontecimentos de 1935, 1943 e 1964 foram um ensaio para a luta por direitos civis dos negros nos Estados Unidos, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja trecho da série “Jazz”, de Ken Burns, com menção ao conflito de 1943:
Fontes: