Há 50 anos… dia 18 de dezembro de 1966.
– Almir, eles vão dar a volta olímpica?
– Não vai ter volta olímpica, não, seu Flávio. Só se for do Flamengo.
No intervalo do jogo, em rápido diálogo com o diretor Flávio Soares de Moura, o camisa 9 do Flamengo explicita suas (más) intenções de forma clara.
“Não vai ter volta olímpica, não, seu Flávio.”
Dito e feito. E fez-se o caos!
Por volta dos 24 minutos do segundo tempo, ele “acha” a brecha que precisava para reger a pancadaria que tanto ansiava. O atacante Ladeira provoca o lateral-esquerdo Paulo Henrique e dá-lhe um tapa na cara.
Ato contínuo, o endiabrado Almir Pernambuquinho inicia seu show no estádio Mário Filho.
Ladeira, Ubirajara, Ari Clemente, Mário Tito, Luís Alberto, Fidélis… Ele se atraca com praticamente todo o elenco alvirrubro.
Um por um – ou melhor, um contra todos!
“Dei-lhe [no goleiro Ubirajara, do Bangu] um soco no estômago. Ele caiu e se levantou logo para revidar, enquanto Ari Clemente me dava um soco. Eu estava cercado de jogadores do Bangu, mas fui enfrentando todos eles: um pontapé num, um soco noutro, uma corrida em cima do outro, até que todo mundo entrou na briga (…) Eu estava uma fera (…) Ia dando cacete em quem encontrava”, diria, no famoso livro Eu e o Futebol, com depoimentos aos jornalistas Fausto Neto e Maurício Azedo.
A ira também se espalharia pelas arquibancadas de um Maracanã tomado por multidão de 143.918 pessoas, a maioria rubro-negra, óbvio. A massa flamenguista, aliás, grita “Almir, Almir, Almir!”, em incentivo à “missão” do atacante em melar a festa do Bangu.
Missão cumprida.
O Bangu não daria a sonhada volta olímpica. E Almir Pernambuquinho escreveria o capítulo mais folclórico de sua carreira, o mais lembrado episódio de sua louca biografia.
Uma vida que terminaria em uma briga de bar, em Copacabana, quase 7 anos depois da batalha por ele criada, por ele regida.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Em tempo: O Bangu venceu a decisão por 3 a 0, gols de Ocimar, Aladim e Paulo Borges, fechando campanha irrepreensível de 15 vitórias e apenas 1 derrota em 18 jogos. Paulo Borges, com 16 gols, foi o artilheiro.
Canal 100 sobre a final:
Programa da ESPN Brasil sobre o Bangu de 1966:
Fontes e +MAIS:
– literaturanaarquibancada.com
Valeu pela dica, caro Felipe!!
Vou pensar. De tempos em tempos, mudo o visual do blog. Levarei sua observação em consideração, claro!
Grande abraço,
Fernando.
Cara, só repensa um pouco essa fonte do blog, cansativa de ler pelo pc…Coloca algo mais reto e limpo