Há 25 anos… dia 11 de agosto de 1991.
– Sinto, mas não vai ser como nos outros dias.
– Também sinto que vai ser diferente pra vocês.
Antes da final, o imponente comandante cubano fez questão de descer até a quadra, sob aplausos calorosos de um abarrotado Coliseo Ciudad Deportiva, em Havana.
De um lado, incentivou as donas da casa, claro.
Do outro, tratou de lançar “una brujería” malandra em cima do Brasil, como se lê no diálogo que abre o post. Com a personalidade forte que a caracterizava, Maria Helena Cardoso, técnica brasileira, não se intimidou e respondeu na mesma moeda.
Quando a bola subiu, a seleção de Hortência, Paula e Cia. colocou as longas barbas de Fidel Castro de molho.
Verdade que as cubanas tiveram boa atuação no primeiro tempo, finalizado com placar igual: 44 a 44.
Depois, sucumbiram ao talento das camisas 4 e 8, responsáveis por 31% de todos os pontos da decisão. Hortência anotou 30, enquanto Magic Paula fez 24. Resultado final: 97 a 76 para o Brasil, medalha de ouro no basquete dos Jogos Pan-Americanos de 1991.
O capítulo derradeiro de uma campanha perfeita, invicta (6 vitórias em 6 jogos) e muito especial, com direito a triunfo em cima das americanas na estreia, por 87 a 84.
Na hora do pódio, o carismático Fidel brincou com Hortência e Paula, sugerindo que não entregaria as medalhas às duas. “Vocês são duas bruxinhas com mira laser”, disse el comandante, espantado com a performance da dupla brasileira na final.
Com elas, a seleção feminina ainda seria campeã do mundo em 1994 e medalha de prata na Olimpíada de Atlanta, em 1996. A história do mundial foi contada brilhantemente pelo Thiago Rocha aqui.
Já a prata nos Estados Unidos fica pra outro dia… Porque cada día es histórico.
A final, na íntegra, com Luciano do Valle:
Fontes e +MAIS:
efemérides do éfemello 