26 de fevereiro de 1966
Carlos Fernando Navarro Montoya faz parte da História de um dos maiores clubes de futebol do mundo, o Club Atlético Boca Juniors. Com a camisa Xeneize, o goleiro fez 400 partidas oficiais, 479 se somarmos amistosos. É o 5º colocado no top10 de mais atuações pela agremiação argentina, com apenas 4 jogos a menos que Martín Palermo e a 26 de Roberto Mouzo, o que mais vestiu a camisa azul y oro em quase 111 anos de História bostera.
E pensar que o colombiano de Medellín chegou à Bombonera com a espinhosa missão de substituir um dos maiores símbolos do Boca: o mítico arqueiro Hugo Orlando Gatti, o segundo jogador que mais vestiu o manto do clube (417 partidas oficiais).
A estreia oficial não poderia ser melhor: vitória contra o maior rival, o River Plate, na casa das gallinas e, pra completar, sem sofrer gols (2 a 0). Foi em 18 de setembro de 1988, em partida válida pela segunda rodada da temporada 1988/89.
Aliás, Navarro Montoya é, até hoje, o goleiro com recorde de tempo sem ser vazado em 110 anos de Boca Juniors. No Torneio Apertura de 1992, seu único título nacional pelo clube, ficou 824 minutos sem sofrer um gol sequer. Foram apenas 11 tentos sofridos em 19 partidas. Notável.
Mais do que as camisas exóticas – copiadas por Rogério Ceni! – ou os cabelos longos característicos, “El Mono” se notabilizou pela extrema coragem e quase invencibilidade nas saídas de gol pelo chão. No mano a mano com os atacantes adversários, Navarro Montoya era difícil de ser batido (ver vídeos abaixo).
A carreira começou no Vélez Sarsfield, onde o filho do também goleiro Raúl Navarro foi formado. De 1983 até 1988, com pequeno período de empréstimo ao Independiente Santa Fé, da Colômbia, Navarro Montoya envergou a camisa que depois foi de outra lenda do gol, o paraguaio José Luis Chilavert, cinquentão em 2015.
No Boca Juniors, ele permaneceu até 1996, conquistando outras 4 taças além do Apertura de 92 (Supercopa de 1989, Recopa de 1990, Copa Máster de 1992 e Copa de Ouro de 1993). Depois, rodou pela Espanha (Extremadura, Mérida e Tenerife), retornou à Argentina, onde vestiu as camisas de Chacarita Juniors, Independiente e Gimnasia y Esgrima La Plata, teve passagem relâmpago pelo Atlético Paranaense, em 2006, voltou mais uma vez a solo vizinho (Nueva Chicago e Olimpo) e, por fim, encerrou a carreira em 2009, com a camisa do Tacuarembó, do Uruguai.
Filho de argentino, mas nascido na Colômbia, Navarro Montoya chegou a atuar pela seleção cafeteira nas eliminatórias da Copa de 1986. Muito tempo depois, quando conseguiu a liberação para vestir a camisa albiceleste, já não era o mesmo arqueiro, apesar de ter sido cotado para ir à França, em 1998.
Não importa. Sua seleção foi o Boca Juniors, que hoje o homenageou com nota no site oficial. “Sem dúvida, este goleiro que marcou época ganhou para sempre a lembrança e o carinho da família Xeneize”, diz o texto.
No twitter, ele agradeceu a merecida homenagem.
P.S.: Não deixe de ler o texto de Leandro Stein sobre os 50 anos de Navarro Montoya na Trivela!
Defesas de Navarro Montoya:
Minibiografia do Canal+:
Fontes e +MAIS: