Há 50 anos… dia 3 de junho de 1965.

“Estou voltando para a nave… e é o momento mais triste da minha vida!”
Imagine a sensação: se lançar à gravidade zero e “andar” no espaço por longos 20 minutos. Experiência absolutamente exclusiva, restrita a pouquíssimos terráqueos até hoje.
Há 50 anos, Edward White teve a emoção. Ao retornar à Gemini 4, não escondeu o lamento e a deprê pelo fim do rolê, como uma criança depois de sair do carrossel. Aos 34 anos, White se tornou o primeiro americano a experimentar a chamada “extravehicular activity”, ou EVA, a caminhada no espaço.
Na linha do tempo da briga entre Estados Unidos e União Soviética pelo espaço durante a Guerra Fria, o feito americano era uma resposta ao êxito dos comunistas em 18 de março, quando o astronauta Aleksei Leonov entrou para a História como o primeiro homem a “andar” no espaço.
A missão da NASA, porém, foi bem mais eficiente do que a soviética. Primeiro porque White ficou o dobro do tempo de Leonov. Segundo porque, ao contrário do cosmonauta russo, o americano conseguiu controlar o seu “caminhar” no vazio.
Mais: a Gemini 4 realizou alguns experimentos científicos durante os quatro dias em que permaneceu em órbita. Aliás, o período de permanência da espaçonave, apesar de inferior ao da Vostok 5 soviética – 5 dias, em 1963 – foi motivo de celebração dos americanos, pois provou, entre outras coisas, a boa resistência humana em jornadas ao espaço.
De quebra, a missão foi registrada com beleza inédita, como se pode ver acima! O companheiro James McDivitt registrou o giro de White em imagens com definição espetacular. Bem diferente das fotos granuladas e escuras dos russos…
Infelizmente, Edward White morreria menos de dois anos depois, em um teste malsucedido da primeira missão com a Apollo.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Documentário da NASA sobre a missão:
https://www.youtube.com/watch?v=CPZSivgyV94
Fontes:
– time.com
– nasa.gov
