20 de abril de 1965
“Raçudo, líder, era um verdadeiro ‘carregador de pianos’.”
Assim o Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa, descreve Bernardo Fernandes da Silva, que hoje completa 50 anos de idade.
O Bernardão, como meu pai gostava de chamá-lo, brilhou com a camisa do tricolor do Morumbi em 236 jogos e quatro títulos: Campeonato Brasileiro de 1986 e 1991, Campeonato Paulista de 1987 e 1989. Em seis anos, foi peça fundamental em formações de meio-campo são-paulino.
Duas em especial.
Primeiro, nos Menudos de Cilinho. Com Silas e Pita à sua frente, o jovem comprado do Marília no início de 1986 dava a proteção para o timaço campeão brasileiro.
Depois, na “Era Telê”. Com Ronaldão de primeiro volante e Raí de ponta-de-lança, Bernardão saía mais para o jogo na equipe que conquistou o terceiro título nacional do clube, em 1991.
Tive a honra de estar no estádio para ver o único gol dele naquela campanha magnífica – um de seus 16 com o manto do Clube da Fé. Um sofrido e amarrado 1 a 0 em cima do Botafogo, em um lotado Pacaembu. Gol de cabeça, um de seus pontos fortes. Veja aqui!
Do alto de seu 1,88m, Bernardo tinha ótima impulsão e executava o lance com força e direção. Aliás, o gol do título de 1991, do iluminado Mário Tilico (outro que fez cinqüentão em 2015!), começou com cabezazo dele! Um tiro que fez a bola explodir o travessão para encontrar os pés de Tilico, depois de passar por uma furada de Muller.
Também com a cabeça, Bernardão anotou o mais importante de seus 3 gols com a camisa do Corinthians, time que defendeu por 80 jogos. No último minuto da semifinal do Paulista de 1995, ele testou para decretar a vitória alvinegra contra a Lusa. Na final, o Timão passou pelo rival Palmeiras, com golaço de outro ex-são paulino, Elivélton.
Pelo Corinthians, Bernardo conquistou também a Copa do Brasil de 1995.
No Brasil, ele ainda atuou por Vasco, Santos, Inter de Santa Maria e Atlético-PR, seu último clube antes da aposentadoria, em 1997. No exterior, ele vestiu a camisa do Bayern de Munique, do América do México e do Cerezo Osaka, do Japão.
Hoje, o simpático Bernardão é empresário de jogadores.
Matéria do Globo Esporte sobre a final do Brasileiro de 1991:
Fontes: