Há 25 anos… dia 21 de março de 1989.
Entre críticos, é quase unânime: Like a Prayer é o melhor dos 12 álbuns de Madonna.
Em crítica na revista Rolling Stone, de 6 de abril de 1989, J.D. Considine disse que o disco “é o mais perto que o pop já chegou da arte”.
“De todos os álbuns de Madonna, Like a Prayer é sua tentativa mais explícita de uma grandiosa declaração artística”, definiu Stephen Thomas Erlewine, no site AllMusic.
A essa altura, Madonna já tinha passe livre pra ousar e tentar elevar sua música ao status de arte. Chegava ao quarto trabalho como uma estrela global: reconhecida, famosa, confiante de todo seu enorme talento.
Para Like a Prayer, chamou os produtores Stephen Bray e Patrick Leonard, com quem havia trabalhado em True Blue, seu disco anterior, um grande sucesso, aliás. A exemplo do terceiro álbum, Madonna escreveu e co-produziu cada canção do novo trabalho. A “cereja do bolo” foi a participação do amigo e grande estrela pop Prince, com quem ela compôs “Love Song”, a segunda faixa.
Madonna abre seu álbum de família em Like a Prayer. É um disco confessional e autobiográfico, “sobre minha mãe, meu pai e os laços com minha família”, como a própria definiu.
A faixa-título e de abertura é um misto de sagrado e profano. O vocal agudo e cristalino de Madonna se junta ao coral angelical e aos riffs funkeados do baixo, compondo uma sonoridade única e bem fim dos anos 80, início dos 90. O pop atinge a arte.
“A música de uma menina tão apaixonada por Deus que pensava que Ele fosse um homem em sua vida. Dos 8 aos 12 anos, eu tinha esses sentimentos. Eu realmente queria ser uma freira”, conta a diva.
A polêmica sobre o clipe deu ainda mais a força a “Like a Prayer”. Cruzes em chamas, um Jesus negro, violência, racismo, Igreja Católica… Controversa, Madonna cutuca o status quo, como sempre fez e ainda faz (em menor intensidade e com menos impacto, é verdade).
Pressionada por grupos religiosos indignados com o clipe, a Pepsi teve de cancelar contrato de US$ 5 milhões com Madonna. O vínculo previa o uso da música em um comercial da marca com a participação da cantora e mais um patrocínio da próxima turnê, “Blond Ambition World Tour”. A propaganda foi cancelada após duas exibições, assim como o patrocínio, mas Madonna recebeu o dinheiro.
Toda a controvérsia alavancou mais o disco, em que ainda se destacam as inocentes “Cherish” e “Dear Jessie”, a dramática “Oh Father”, sobre o pai, e “Till Death Do Us Part”, uma dura reflexão sobre o fim do casamento com o ator Sean Penn.
Like a Prayer tem 51 minutos de pura Madonna.
Em maio de 1990, a artista lançaria I’m Breathless, trilha sonora do filme “Dick Tracy”. Com “Vogue”, Madonna mostraria seu poder de diva e abalaria as estruturas do pop novamente.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Ouça Like a Prayer:
Fontes:
– AllMusic