Há 25 anos… dia 17 de novembro de 1988.
“Seja o que você for fazer na vida, ame como amou a cabine do Paradiso quando era pequeno”
Assim o velho Alfredo se despede do jovem Totó, na estação de trem da fictícia Giancaldo, na Itália. O último sábio conselho do melhor amigo. E assim se cumpre. Totó só retornaria à cidade para dar o último adeus a Alfredo, mais de 30 anos depois.
“Cinema Paradiso” é uma ode ao cinema, à amizade, ao amor, à paixão e à vida. Uma homenagem aos sentimentos mais caros e nobres do ser humano. Uma obra-prima de Giuseppe Tornatore, com inesquecível e emocionante trilha de Ennio Morricone. Um clássico que põe qualquer marmanjo em lágrimas.
Um filme que te marca pra sempre. Como na trama, te conduz a um flashback emotivo, familiar, amoroso, afetivo. Feliz, engraçado, triste, doloroso. Um mergulho e um retorno sempre necessários.
Costumo dizer que há certos filmes, discos e livros pra se rever, ouvir e ler sempre que possível. Para chorar. Para rir. Para, enfim, se sentir vivo. Sem dúvida, “Cinema Paradiso” está na lista.
A linda história de amizade entre Alfredo, o velho projecionista, e Salvatore, o menino Totó, dois apaixonados pelo cinema, nos emociona do início ao fim, como só uma relação de amor consegue fazer.
Com momentos de ternura e graça, como quando Totó passa a “cola” da prova para Alfredo, que abre um sorriso de menino levado, uma interpretação magistral de Philipe Noiret.
Igualmente magistral é a performance de Jacques Perrin, o adulto Totó, principalmente na cena final. Uma aula de interpretação, somente com os gestos das mãos, dos olhos, do rosto. Inesquecível.
“Cinema Paradiso” estreou em 17 de novembro de 1988 na Itália. A recepção ruim do público italiano fez com que a duração do filme fosse encurtada de 155 para 123 minutos para o lançamento internacional, em 1989.
Mais curto, foi um sucesso absoluto, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1989, do Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes do mesmo ano e considerado o marco de revitalização do cinema italiano.
Em 2002, uma nova versão foi lançada, com duração de 173 minutos e revelações e cenas da vida de Salvatore nos anos longe de Alfredo, da mãe, da paixão Elena, e da sua Giancaldo.
Aliás, “Cinema Paradiso” foi rodado em duas cidades italianas: Bagheria, onde nasceu Tornatore – há toques e menções biográficas do diretor -, e em Cefalú, onde não há qualquer menção ou conhecimento do fato, como conta o Blog da Neta.
Giuseppe Tornatore lançaria outros filmes após “Cinema Paradiso”, mas nunca com a perfeição e a beleza da trama de Salvatore e Alfredo.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja o trailer de “Cinema Paradiso”:
Fontes:
– IMDb
Grato !!! Nando Mello
Pelo seu sensibilissimo texto em memoria dessa aquisição definitiva da arte, celebrando o mais sublime amor entre as gerações: o incentivo à liberdade e a gratidão que vence o tempo.
Acrescento à sua essencial resenha a generosa, desprendida e sábia fala de Alfredo, sofrendo sua perda ao se despedir de Totó:
– “Nunca mais volte aqui!“
Alertando Totó para uma realidade inegociável: a vida só vai! Não há o que buscar de volta, senão a memória, em especial a melhor memória, a memória do amor revisitado em gratidão.
Parabéns pelo seu texto !!!
JE Beni Bologna