Há 40 anos… dia 20 de setembro de 1973.
Billie Jean venceu por todas as mulheres
Esse é o título da matéria do site da ESPN americana sobre “A Batalha dos Sexos”, o jogo entre Billie Jean King e Bobby Riggs, que completa 40 anos hoje.
Vamos recordar!
Naquele ano, Bobby Riggs já era um tenista aposentado de 55 anos de idade. Tinha sido um grande jogador nos anos 1930 e 1940, época em que o tênis era amador. Venceu dois US Open (1939 e 1941) e um Wimbledon (1939), além de um vice em Roland Garros (1939). Foi número 1 do mundo ainda como amador, em 1939, e, depois, já profissional, em 1946 e 1947. Riggs se despediu das quadras em 1959, aos 41 anos.
Billie Jean King tem história mais grandiosa dentro e fora das quadras. Dona de 12 títulos em 18 finais de Grand Slam, além de outros 16 em duplas, foi a porta voz feminina por igualdade dos gêneros no esporte. Para se ter uma ideia de sua relevância, em 1990, a revista Life a colocou entre as 100 personalidades americanas mais importantes do século 20. Ela é a única mulher entre os quatro esportistas que estão na lista (Babe Ruth, Jackie Robinson e Muhammad Ali).
Em 1973, Bobby Riggs enxergou oportunidade em ganhar dinheiro e chamar a atenção no meio do tênis. Amante de apostas e de jogos de azar, diz a lenda que devia dinheiro para a máfia. O fato é que ele despertou a atenção do mundo ao desafiar as melhores tenistas da época. Disse que o jogo feminino era inferior ao masculino e que ganharia de qualquer uma, mesmo aos 55 anos de idade.
Em 13 de maio, Dia das Mães nos Estados Unidos, Riggs venceu a então número 1 do mundo, Margaret Court, por 2 sets a 0 (6-2 e 6-1). A vitória o alçou a um patamar de celebridade nunca alcançado durante a carreira. Foi capa da Sports Illustrated e da Time.
Provocativo e confiante, Riggs queria mais. O desafio, batizado pelos promotores do evento de “A Batalha dos Sexos”, agora seria em melhor de cinco sets e televisionado para todo o país. Billie Jean, que havia recusado num primeiro momento, resolveu aceitar para mostrar àquele “porco chauvinista” a força da mulher.
O desafio teve ares de produção hollywoodiana. Antes, Riggs deu entrevista ao 60 minutes para promover o evento. No dia 20 de setembro de 1973, entrou no Astrodome, em Houston, como um Gladiador romano, em cima de uma biga e acompanhado de lindas modelos. Billie Jean King não fez por menos: surgiu em quadra vestida de Cleópatra, carregada por homens trajados como escravos. Um verdadeiro show.
Na quadra, a Cleópatra botou o Gladiador pra correr! Jogando bem atrás, Billie Jean desfilou o vasto repertório de golpes para cansar o velho Riggs. Nem a variação de tática para um saque-voleio fez Riggs mudar o destino da batalha. Era dia das mulheres. Era dia de Billie Jean, que venceu por categóricos 3 sets a 0, com parciais de 6–4, 6–3 e 6–3. Em tempo: a propósito de pergunta do amigo Marcelo Gaspar, o duelo foi de igual pra igual, ou seja, nada de um saque para Riggs ou quadra de duplas para Billie Jean.
A vitória foi um marco na história do tênis e deu sequência à longa luta de Billie Jean por direitos iguais dentro do esporte. Logo depois, ela liderou as tenistas para fundar a Associação de Tênis Feminino (WTA). Foi a primeira presidenta da organização.
Houve outros desafios de sexos posteriormente, como o duelo entre Jimmy Connors e Martina Navratilova, em 1992.
Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.
Veja trailer do documentário “A Batalha dos Sexos”:
Fontes:
– ESPN.com