Embaixador da Suíça é sequestrado no Rio

Há 45 anos… dia 7 de dezembro de 1970.

(Coloque no 22min42s!)

“É da emoção que o senhor falou… que tem nesse país atrapalhado”.

“Casa Turuna, Imperador. O senhor não vai conseguir entender nunca!”

A emoção, o país atrapalhado, a Casa Turuna.

À exceção da ditadura, que, ainda bem, se foi, o Brasil continua à flor da pele, atarantado, e a centenária Casa Turuna também está firme e forte, pronta pra mais um carnaval. A felicidade do pobre continua esperando o ano inteiro para comprar a fantasia, para o tal “momento de sonho”, tão bem descrito por Tom e Vinicius . Pra tudo se acabar na quarta-feira!

Talvez a cena de Anos Rebeldes seja piegas demais, romanceada demais e, afinal, um tanto infiel ao fato histórico. A sua força metafórica é inegável. A sua capacidade de descrever um pouco desse país passional, desnorteado e, paradoxalmente, festivo, é impressionante.

A própria efeméride de hoje tem um pouco de tudo isso. Difícil compreender como grupos pegaram em armas para tentar derrubar um governo militar. Difícil compreender como o regime durou tanto e tantos males ainda traz ao Brasil.

O sequestro do embaixador Giovanni Enrico Bucher, há 45 anos, foi o mais duradouro entre os quatro bem-sucedidos dos grupos de resistência aos milicos. Antes dele, ações capturaram os embaixadores de Estados Unidos e Alemanha, também no Rio, além do cônsul do Japão, em São Paulo.

Quarenta dias depois, Bucher foi libertado. E os militares soltaram 70 presos políticos, que embarcaram para o Chile de Salvador Allende.

Conta a lenda que, no período em que ficou sob o poder da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), o embaixador se aproximou de Carlos Lamarca, líder do grupo. E o passatempo da dupla era jogar biriba!

Não, a cena de Anos Rebeldes não parece tão surreal assim…

Brasil: a emoção, a confusão, a Casa Turuna, a biriba.

Atualização (e “errata” do éfemello!): Dia 9 de novembro de 2022. Gal Costa partiu. Foi deixar outra dimensão completamente embasbacada com sua força estranha, sua potência única que inunda as almas dos caretas e sua ternura de um dia de domingo. A quem fica, só resta a emoção pela enorme arte de uma mulher igualmente gigantesca, que flutuou por tantos estilos, por tantas “juventudes” e “rebeldias”, sempre com singularidade e desprendimento. A emoção contida em “Baby”, absolutamente atemporal em sua voz. Uma tradução deste país atrapalhado. Obrigado por tanto, Gal.

Fontes e +MAIS:

Acervo Folha

Acervo Estadão

– acervo.oglobo.globo.com

– memorialdademocracia.com.br

Wikipédia

– zonacurva.com.br

– zh.clicrbs.com.br

– revistadecinema.uol.com.br

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