O diretor Miguel Faria Jr. já havia se aventurado no universo de Vinicius de Moraes. Em 1983, adaptou para o cinema, junto com Chico Buarque, o musical Pobre Menina Rica, de Vinicius e Carlinhos Lyra. Com o título “Para viver um grande amor”, o filme tinha Djavan e Patrícia Pillar como protagonistas, mas fez pouco sucesso.

Em 2005, o diretor “se redimiu”.

Fez a cinebiografia definitiva do “branco mais preto do Brasil”.

Apoiado na biografia de José Castello, “Vinicius” é o retrato perfeito do poeta da paixão.

Traça a linha do tempo da vida de Vinicius: a família, as mulheres, os parceiros, os amigos, a poesia, a música. Tudo com ricos depoimentos de Toquinho, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Edu Lobo, Ferreira Gullar, Antônio Cândido, Tônia Carrero, as filhas, entre muitos outros, além de imagens inéditas da intimidade do poeta.

Entre um e outro depoimento, uma espécie de show de cabaré com Camila Morgado e Ricardo Blat relembra poemas, frases, cartas e histórias de Vinicius de Moraes. Interpretações, às vezes, exageradas, mas sem atrapalhar a fluência do filme.

Tem mais: versões diferentes e brilhantes de músicas de Vinicius, com destaques para “Formosa”, na voz de Gilberto Gil, e “Pra que chorar”, com Zeca Pagodinho.

O longa-metragem tem ótima contextualização das épocas retratadas, do nascimento de Vinicius, em 1913, até a sua partida, em 1980.

“Vinicius” é filme à altura do extraordinário, múltiplo e apaixonado ser humano chamado Vinicius de Moraes.

Se não assistiu, assista!

Se já viu, reveja!

Uma, duas, três… “Quantas vezes forem necessárias!”

Trailer:

Fontes:

– IMDb