Com sua mais famosa folha-seca, Didi leva o Brasil à Copa

Há 60 anos… dia 21 de abril de 1957.

Não foi a primeira – como lembra Carlos Heitor Cony -, mas foi a mais famosa, a mais celebrada.

Seis décadas atrás, o Maracanã com quase 140 mil pessoas (!) viu Didi executar a sua marca registrada para dar ao Brasil a vitória mínima sobre o Peru e a classificação para a Copa do Mundo. Rumo à Suécia e ao primeiro caneco.

Folha-seca salvadora.

“Não fora o gol de Didi, no Maracanã (ele jogou muito bem, até…) e agora estaríamos às portas da ‘melhor de três’. [Didi], numa tarde inspirada, cobrou um tiro livre da entrada da área peruana. A bola saiu enviesada, cheia de efeito e bateu Asca inapelavelmente. Foi uma autêntica ‘folha seca’. Daí para diante, nada mais. Chutamos na trave (Garrincha), eles também chutaram (Lazón)”, relatou Ney Bianchi, na Manchete Esportiva.

Pois é. Não fosse o gol de Didi e haveria um terceiro jogo.

Naqueles tempos, as eliminatórias sul-americanos eram divididas em três grupos de três times cada. A seleção brasileira caiu na chave 1, com Peru e Venezuela. Os venezuelanos desistiram no início e o classificado sairia do confronto direto entre brasileiros e peruanos. Duas partidas, uma lá, outra cá. Em caso de igualdade, uma terceira seria disputada, em campo neutro.

No primeiro jogo, em 11 de abril, placar de 1 a 1 no estádio Nacional de Lima, com gols de Terry para os donos da casa e de Índio para o escrete brasileiro.

Dez dias mais tarde, o Mário Filho se encheu para celebrar o carimbo no passaporte. Mas as coisas fluíram com a facilidade imaginada pela massa. Bem ao contrário. Foi uma renhida batalha, com poucas chances e pouco futebol.

Contenda resolvida pela genialidade e elegância do “Príncipe Etíope”.

“Terminado o jogo, eu fiquei vendo a saída da multidão, que tinha qualquer coisa de fluvial no seu lento escoamento. Íamos todos tristes. E pior que isso: – íamos humilhados. Cada torcedor levava para casa a sensação vaga, obscura, de que se estava praticando um crime contra o futebol brasileiro. Houve qualquer coisa de funeral na vitória brasileira”.

Um ano depois, haveria, de fato, um funeral, caro Nelson Rodrigues: em memória ao nosso complexo de vira-lata!

Mas essa história fica pra outro dia… Porque todo dia é histórico.

Didi ensina a folha-seca para jogadores do Botafogo:

Fontes e +MAIS:

– Livro Todos os jogos do Brasil – vários autores

– ocuriosodofutebol.com.br

– albumdosesportes.blogspot.com.br

– futbol.as.com

– jogosdaselecaobrasileira.wordpress.com

– Wikipédia

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